Ele, não o Edir Macedo, o marketing religioso, está presente em todos os lugares: nos vários canais de TV ( próprios ou de horário alugado), no rádio, nos outdoors, na internet, nos jornais e revistas, em CDs, na música gospel, no telemarketing, no turismo evangélico, no shopping evangélico, nos folders, nos carros de som, nas agências de viagens, nas esquinas, na propaganda boca-a-boca… enfim, onde você pensar.
Apenas no teatro e no cinema o marketing evangélico ainda não conseguiu entrar com força. Mesmo assim, se pensarmos bem, resta apenas o cinema, pois os evagélicos têm o seu próprio teatro funcionando todos os dias, quando fazem a encenação das misérias humanas, desencapetação e curas milagrosas em seus templos, cujos palcos funcionam como verdadeiros teatros.
A coisa cresceu tanto que agora eles resolveram criar o "cartão universal"; vão comprar mais maquininhas de POS (alguns templos já as possuem) para colocar nos templos e permitir aos dizimistas fazerem as suas contribuições através de cartões de crédito. Como é sabido, a contribuição por cheques, carnês e boletos bancários, eles já instituíram faz tempo, estando funcionando a pleno vapor.
A farra das igrejas está grande neste país. Eles podem quase tudo e são praticamente intocáveis, possuindo imunidade tributária, proteção constitucional e facilidades para abrir seus templos, que existem em profusão em quase todos os bairros de cada cidade e, em alguns desses bairros mais populosos, com uma igreja a cada quatro ou cinco quadras.
Hoje em dia, abrir uma igreja sai baratíssimo. Basta alugar um salão, comprar 50 cadeirinhas brancas de plástico vagabundo e barato, um púlpito e um microfone, gastar mais uns quinhentos ou seiscentos reais com despesas burocráticas e..
.voilá, sua igreja está pronta para funcionar. Daí em diante, e como conseqüência das facilidadees, pratica-se livremente o charlatanismo religioso, apoiado por suas propagandas enganosas, que prometem salvação, curas milagrosas e prosperidade. E a Justiça não consegue alcançá-los. Até quando?
Este post, baseado num corajoso depoimento de um ex-pastor da
IURD, contido numa série de 8 vídeos em "playlist", propõe-se a revelar como funciona o marketing religioso evangélico praticado pela IURD e como isso é urdido e processado nos bastidores. No caso, estamos revelando as práticas da Igreja Universal, porque é o mais contundente depoimento que temos. Mas não pensem que isso é uma exclusividade da IURD, eis que a maioria das igrejas evangélicas neopentecostais, principalmente a
Internacional da Graça de Deus, a
Mundial do Poder de Deus e a
Renascer em Cristo, muitas delas suas mais diretas concorrentes na dispua proselitista e fundadas por pastores egressos da própria Universal, seguem a mesma prática. Entre as não neopentecostais, as "
Assembleias de Deus", também copiaram as técnicas que deram certo no mercado da fé e permitiram às igrejas funcionarem como verdadeiras empresas-igrejas: a
teologia da prosperidade.
Dentre todas as evangélicas, a
IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) é, sem sombra de dúvidas, a mais poderosa, além de ter sido a precursora dessas novas técnicas de proselitismo e convencimento de massas. Só para se ter uma ideia, em números de 2010, a IURD se encontrava presente em 162 países, funcionando em sistema de franquias, superando até a poderosa rede MacDonald's. Dentre as pentecostais, a mais forte é a rede "Assembleias de Deus", tendo como o seu nome mais proeminente (embora não o de mais alto grau hierárquico), o raivoso e controverso pastor Silas Malafaia (vejam a sua atuação hoje, contra lei da homofobia. Esta em toda a mídia).
Não vamos dizer mais nada para não estender demais esse post e também porque o vídeo apresentado ao lado diz tudo
(aqui no RL não foi possível inserir o vídeo. Acesse-o pelo Youtube, clicando aqui ). É um vídeo longo, é verdade, mas teria de ser assim para poder cobrir tudo o que precisava ser dito. Ressalvamos apenas, mais uma vez, que as práticas denunciadas no vídeo não são uma exclusividade da Igreja Universal do Reino de Deus: é uma prática comum a quase todas neopentecostais que aprenderam na escola iurdiana.
Não é possível, – ou pelo menos não deveria ser -, que uma prática nefanda como essa continue a se alastrar como praga por todo o país, sem qualquer regulação, e deixando os responsáveis longe do alcance da lei. São inúmeros os casos de fiéis lesados e que perderam o pouco que tinham para essas igrejas. Essas conclusões são apenas dos casos conhecidos, de pessoas que recorreram à Justiça ou tornaram públicos seus casos, já que a maioria se nega a comentar, por vergonha de admitir que foram vítimas do charlatanismo da fé.
O vídeo está aí; as denúncias feitas. Cabe agora ao leitor que porventura esteja sendo vítima de uma dessas igrejas, analisar os fatos, refletir e, se tiver forças,
libertar-se do jugo religioso. Conhecer o site
"Irreligiosos" (o vídeo referente a este artigo também pode ser visto lá) é um bom começo.
Por fim, tenha em mente que nem as igrejas evangélicas, nem as católicas, nem as islâmicas ou de qualquer outra religião, irão resolver seus problemas. Esses, quem resolve, é a igreja interior que existe dentro de cada um de nós. E o seu pastor, bispo, padre, guru ou mentor espiritual estará dentro de você e lhe falará através da sua consciência. Esta é a voz que você tem de ouvir. Para ela, você não precisa pagar dízimos nem suspeitar da sua desonestidade.
(Leia também este artigo: Marketing Religioso Evangélico... Como Isto Funciona?