Ora, se a atividade é altamente lucrativa, se a preocupação com o meio ambiente não existe e o Governo é incompetente para controlar e fiscalizar, por que parar? De quem é a verdadeira culpa desse crime ambiental? Dos madeireiros, do Governo que permite, ou de ambos? A resposta é óbvia.
Recentemente, mais precisamente, no dia 28 de janeiro, o Jornal Nacional mostrou uma reportagem realizada em conjunto com os ativistas do Greenpeace, através da qual ficou comprovado que o Assentamento Renascer, no Estado do Pará, foi tomado por madeireiras, que já derrubaram quase todas as árvores daquela área, tendo conseguido isso devido ao fato de que praticamente todos os assentados, à exceção de um, eram "laranjas" dos madeireiros (veja a matéria "Vilões da Amazônia - As Madeireiras", no blog "Debata, Desvende e Divulgue!"). Além de explorarem ilegalmente a região, promovendo o desmatamento com o corte de árvores de madeiras nobres, ficaram com o dinheiro que seria destinado aos assentados. Os mais de 300 milhões que a eles seriam destinados sumiram e, provavelmente, foram parar nas mãos dos próprios madeireiros e dos funcionários corruptos do INCRA, IBAMA e, sabe-se lá, nos altos escalões do Ministério do Meio Ambiente.
Ora, se o Governo é incompetente para controlar isso, alegando que é difícil identificar o que é falso ou verdadeiro, porque demandaria muito tempo, pessoal especializado e dinheiro, adote-se, então, uma solução simplória:
Proiba-se, de uma vez por todas, todo e qualquer tipo de corte de árvores na Amazônia Legal e o problema se resolverá. E por quê? Porque a proibição sendo geral, todo e qualquer caminhão, ou barcaça que forem pegos transportando toras ou madeira serrada, estará cometendo uma atividade ilegal e poderá sofrer apreensão da carga e ser autuado, na hora.
Põe-se por terra, assim, o argumento do Governo de que "não consegue controlar porque é difícil".
É uma solução simplória, é verdade, mas resolve. E talvez seja até melhor do que todas as que o Governo, sem sucesso, tem tentado até aqui.